Carta de despedida

E eu tenho me sentindo meio vazio, incompleto sem nenhuma atenção e a dor cresce cada vez mais, uma imensidão, sem fim como o horizonte ao pôr do sol que se encontra na beira da praia e em mim não resta mais nada, me sinto como algo vago sem nenhum valor, nenhuma importância, nenhum pudor, nada se encaixa em mim, nada vale a pena em mim, e eu simplesmente forço ser algo bom que jamais serei, jamais serei bom como algum outro, e sempre que me sinto assim, só desejo apagar, apagar para sempre e não sentir mais nada. Por que viver? Sempre preocupado vagando sozinho pelos caminhos que a vida me proporciona? Meu drama que a ninguém emociona, e continuo seguindo, passo a passo, dia após dia, como se isso fosse sempre minha rotina, e me sentir um nada se tornou minha rotina, e cada respirar é um segundo que não posso repor, cada onda que se quebra é um seguindo perdido, e nem agulhas ou alfinetes me fazem sentir, nenhuma dor é mais profunda do que existir, estar aqui, respirar e fingir sorrir, por motivos que você nem eu compreende, ser algo falso que ninguém entende, e ninguém quer entender, acabar com minha vida talvez nem seja algo tão ruim, a falta que farei será igual sobra no escuro sem fim, e cada pensamento que vem e vai, vem e fica, mas doi até aonde não doía, e assim sigo, pensando e imaginando como seria não estar aqui, mesmo sabendo que nada iria mudar, ainda sim amanhã terá chuva, ainda sim amanhã, amanhã eu serie só mais um caso, assim como outro mil fardos.

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 12/01/2018
Reeditado em 26/01/2018
Código do texto: T6224041
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