Crises de pânico e o século XXI

De súbito acordo em mim.

Dou-me conta do absurdo.

Sacudiram-me a consciência estes dias.

Pânico e álcool.

Carnaval maldito trás a miséria

em combustão simbólica.

Abusa-me a tolerância estas paredes,

A minha volta há angústia no silêncio.

De dia árduo, de noite penso,

Saboreio apenas restos.

Garrafas vazias aqui dentro,

Cinzas de cigarros apagados

em tormentos delituosos.

Em pânico me ponho a pensar:

Pânico, a esta altura?

Não basta saber que este

Século me supultará, inexoravelmente,

mesmo que eu viva um século!

Lógica vã. Este medo vil.

Suplício de mistura romântica e laboral

Do ser-em-mim,

Mas há que ser normal

No carnaval.

Wan Carlos Firmino e Joalisson Vieira
Enviado por Wan Carlos Firmino em 14/02/2018
Reeditado em 15/02/2018
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