À PROCURA DO AMOR

Essência minha a suspirar pelo que me foge e esconde

Deste exílio cuja paz tanto me tira

Oh, e por que de mim te esgueira?

Qual irado e tempestuoso vento a levar para bem longe

Aquela a quem amo

Oh, oculto, mas sempiterno amor!

Estaria, pois escondido no silêncio das palavras?

Estaria então velado no vazio do que se vê?

Ah, e quem o poderia dizer?

E não seriam todos?

Deste amor a que muitos o buscam

Todavia, não, pois vos encontram

Ah, o tão procurado amor!

Onde realmente ele se acha?

Ao que os tagarelas discursos de ti tanto falam

No entanto...nada dizem

A que ouso afirmar que, em verdade, não dizem

Por não de fato o conhecer

Ao que tantos sempre por vós procuram

E pelo tempo que não o acharam

Oh, destarte casaram então suas almas

Na constante opressão a seguir em seus peitos...

Sôfregos e gementes...

E eis que de ti esqueceram

Por não mais então crerem em teu nome

E por quê?

Simples e somente por não o verem

Ah, malditos e cegos olhos que só ressalvam do que vêem

Quando realmente não enxergam coisa alguma

Ou de tudo enxergam

Mas não vêem realmente

E destarte são tod’almas, a que em verdade, por ti procuram

Não há esta que não o seja

Sobre os duros cascalhos a trafegarem seus pés

Embora sem saberem

Do amor qual fonte d’água viva

Qual buscara a ansiosa samaritana com seu vazio cântaro

E a que dela somos, pois imagem

Já que do mundo a que tanto caçamos

Embora em verdade o melhor de fato ainda não encontramos

E assim eis o lastimoso viver!

A que mergulhados no fundo abismo em que neste tempo somos

Apressados e correndo a por ti buscar... ansiosamente

Qual escura noite a se adentrar afora

A esperar pela mais querida alvorada

Que aos noss’olhos finalmente iluminará

E desta forma, à Vida então eu não canso de perguntar:

Até quando?...

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 15/02/2018
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