Divago III
Do sangue liberto nas veias,
Como tinta de uma caneta
A escrever as minhas ideias
Num tom de cor preta.
Saem-me estes momentos,
Jamais sentidos, pensados,
Nunca antes escritos.
Composição de poemas imaginados.
Corrompo-me pelo estudo,
Pela dialéctica da demagogia
À qual me faço surdo
Perante inútil pedagogia.
Palavras sem destino
Que me deixam pensar
Nesse corpo feminino
Sempre disposto a amar.
Pensamento ignorante de desleixo
Que paira nesta fútil existência
Vida farta que não deixo…
Tortura, sofrimento, penitência
Anos feitos de delírio
Na essência desencontrada
Nunca vivida em tom sério,
Sucumbindo por sentir… nada!