Labirinto

Quem muitas vezes me vê sorrir ou até mesmo rir, não faz ideia do que de fato está em mim. Um sorriso muitas vezes é um disfarce, uma capa que esconde as tristezas e os anseios da alma, uma inquietude sempre presente, principalmente quando a alegria se faz ausente e parece que não há nada que satisfaça nesse universo sem graça. Muitas vezes caminhando ao relento com o pensamento em plena ebulição, um turbilhão de emoções forma um tsunami que devasta a pouca quietude que já não tenho e me conduz ao terrível mar da ansiedade e da incerteza. Mas quando ouço Raul e Renato, por um breve momento me encontro nos seus versos de rebeldia e protesto, e acredito cada vez mais na sociedade alternativa como a melhor solução, ou no mundo perfeito e igualitário que um dia John Lennon imaginou e idealizou.

A ansiedade talvez seja o mal dos séculos, nada é capaz de preencher esse vazio e essa imensidão dentro de nós. Os prazeres do mundo são momentâneos e a eternidade, onde talvez estejam todas as respostas, não almejo tão cedo, apesar de tudo. Não há uma satisfação plena ou uma realização em nós, estamos sempre em busca de algo mais e muitas vezes nem nós mesmos sabemos o que é ou seria esse "algo mais", apenas sabemos que queremos sempre mais e mais. Ainda somos seres em constante aprendizagem e evolução, tento me agarrar à isso às vezes para me aquietar um pouco mas é sempre inútil, pois como dizia Vinícius de Moraes: "Eu sou um labirinto tentando encontrar uma saída"...

Rio de Janeiro, 14/0518

Pedro Paulo Costa
Enviado por Pedro Paulo Costa em 14/05/2018
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