DESCULPAS

Ao longo de nossa vida estamos continuamente arrazoando nossos fracassos externos e internos através da desculpa esfarrapada de sermos sempre a vitima ou o injustiçado. Não aprendemos a cultivar a meditação pelo recolhimento ao nosso interior, logo não sabemos ser tolerantes. Perdemos o rumo da humildade, por isso nossas dores são maiores e sempre distantes de nossa responsabilidade por elas.

O infortúnio adentrou de repente pela nossa vida?

Não é a revolta e a indignação, às vezes justas que irão repeli-lo. Talvez refletir sobre suas razões nos dará forças para combatê-lo de igual para igual.

A dor de uma perda se assenta repentinamente à nossa frente?

Lágrimas são bem vindas e consoladoras, mas que não permitamos que se transformem em lavas fumegantes de ódios e culpas. Tentemos pensar que nada se dá fora das leis da vida.

A traição e a ingratidão nos colocaram no cárcere do desespero?

Busquemos aceitar o momento que nos é oferecido para uma análise mais fria do seu âmago e das suas ações. A toda ação corresponde uma reação. Toda causa gera um efeito. Esse é o único axioma da vida.

Estamos carentes e solitários?

Quem sabe se a palavra esperada não deixou de ser proferida, por certo orgulho, tantas vezes protegido sob a capa de uma falsa timidez. O amor não reclama do silêncio, mas das ações que ele impediu de serem executadas.

Nossa origem vem de um Criador perfeito. Nós é que nos corrompemos pelo orgulho, a vaidade, a intolerância e, acima de tudo, pela falta de fraternidade. É mais do que hora de curvarmos nossa cerviz e entendermos definitivamente que a eternidade pertence à alma imortal e não ao corpo de carne perecível.

palhinha