ninguém morre de saudade

Eis um dia que

poderei não sentir saudade

Nesse dia enfim

serei corpo frio

Com as mãos cruzadas

em meu peito;

Cheiro de flor tem a saudade.

Quando esse dia finalmente chegar,

O dia em que não sentirei mais saudade

Será enfim o dia que a terra irá me engolir

Pois de saudade se vive.

Ninguém morre de saudade.

E por entre lápides e flores

Dos túmulos aos murmúrios

As almas pairam sob suas ossadas,

Aos ecos ocos.

O silêncio que venta

É o mesmo que cala

E das lágrimas mornas que inventam a ausência,

Ali mora a saudade

E é dela,

É dela que nascem os mais belos e tristes poemas.

Quando distâncias teu corpo

É quando ja não se sente o calor.

O frio brota, como chuva fria

Em dias de ventania

E de saudade se vive ...

Ninguém morre de saudade;

Lírio Gita
Enviado por Lírio Gita em 30/07/2018
Reeditado em 06/08/2018
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