Rosas e Cardos
Sinto as pernas a tremer,
O chão imperfeito a fugir,
O cabelo a ficar grisalho...
Rugas de riso e trabalho,
A vista a diminuir,
Todo o corpo a desfalecer.
Finto a morte que espreita
E as chamas que consomem a vida,
Vento que atiça a fogueira,
Espinhos que tapam a roseira.
Olho o horizonte em tons de despedida
Desta existência que se enjeita.
Um último salto para o abismo...
Pensado, ponderado, arriscado,
Fito o nome escrito na lápide
O fim mórbido que ninguém decide...
Olhar turvo, apagado
Nestas páginas de eufemismo.
Rosas que brotam dos escombros
Ladeadas de rezas pueris,
Regadasb com sangue inocente
Derramado pelo homem intolerante,
Lendas numa história que condiz
Com o simples encolher de ombros.