Rosas e Cardos

Sinto as pernas a tremer,

O chão imperfeito a fugir,

O cabelo a ficar grisalho...

Rugas de riso e trabalho,

A vista a diminuir,

Todo o corpo a desfalecer.

Finto a morte que espreita

E as chamas que consomem a vida,

Vento que atiça a fogueira,

Espinhos que tapam a roseira.

Olho o horizonte em tons de despedida

Desta existência que se enjeita.

Um último salto para o abismo...

Pensado, ponderado, arriscado,

Fito o nome escrito na lápide

O fim mórbido que ninguém decide...

Olhar turvo, apagado

Nestas páginas de eufemismo.

Rosas que brotam dos escombros

Ladeadas de rezas pueris,

Regadasb com sangue inocente

Derramado pelo homem intolerante,

Lendas numa história que condiz

Com o simples encolher de ombros.

sumadartson
Enviado por sumadartson em 06/09/2007
Código do texto: T640719
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