Coleção 69 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)

69—1 Lembrei-me dos urubus educados, vestidos de luto, que também se alimentam de carniça! Já os vi vestidos de ovelha, a falsidade deles não me devorou ainda, porque tenho veneno de sapo nas veias. Asqueroso é meu nome, e o sistema é uma boca aberta!

Claudeci Ferreira de Andrade

69—2 Será se deveria haver esse tanto de "projetinho" na escola, facilitando a aquisição de nota? O PIA nasceu morto! Mas, ressuscitado em outro mil em pastas vazias, sempre estão nos obrigando a esses tipos não conteudistas.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—3 Todos os mecanismos didáticos e avaliativos do sistema educacional público é no sentido de passar o aluno de série, nem se importando com o demérito dele, só com a presença; senão, como haverá justificativa para as verbas!

Claudeci Ferreira de Andrade

69—4 POR QUE ALUNOS TÊM NOTAS BOAS, E NO IDEB A MÉDIA NACIONAL É 3,8? SERÁ SE OS PROJETOS DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO TÊM A VER COM ESSA FRACASSO? É SÓ UMA PERGUNTA INOCENTE DE QUEM É UMA PEÇA FROUXA NO ENGRENAGEM!

Claudeci Ferreira de Andrade

69—5 Greve de professor! O ponto, dos dias em que não compareceram no trabalho, foi cortado e, por cima, terão que repor estas aulas não ministradas, nas férias de julho, sábados e domingos. E as reivindicações não foram atendidas: burrice dos diplomados, Alguém já tinha dito que diploma não encurta orelha de ninguém!

Claudeci Ferreira de Andrade

69—6 BANDIDOS MANTÊM A FAMA DE TEMÍVEIS, ASSUSTANDO-NOS! QUEM NÃO TEM MEDO ATIRE-LHOS A PRIMEIRA PEDRA, ARMA DE FOGO NÃO PODE! CIDADÃO DE BEM PARA DAR PARA OS BANDIDOS, QUEM ROUBA UM CELULAR É DIGNO DE COMIDA.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—7 Não preciso ser como muitos, apáticos sem opinião formada sobre nada, fingindo ser dedicado a seu trabalho, porém sem qualidade. Como pode uma pessoa sem conjectura ser diligente?

Claudeci Ferreira de Andrade

69—8 Assim, mantêm a fama de assustadores! O pior, é que eles conseguiram, quem não tem medo de bandido! Porém, Os Diretos Humanos defendem-nos, e eles percebem; sempre me ameaçam em trazer a mãe e fazer abaixo-assinado para me tirar da escola, e por isso fazem graça, palhaçada livremente, eles têm sede de um público cativo e conivente que substitua seus familiares, aqueles que sempre os aplaudem, e os incentivam, e cuidam deles como jamais deviam. Deturparam o objetivo primordial da escola.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—9 Se trabalhássemos com os processos requeridos por uma educação de qualidade, a pandemia não doía muito, mas trabalhamos para os "clientes", e eles na maioria, alunos que querem cada vez menos responsabilidades e compromissos, então nos capacitamos na lambança agradando gregos e troianos para sobreviver.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—10 À aluna reprovada, se eu lhe desse uma nota baixa, teria de lhe dar um trabalho cobrindo essa nota, eu me castigando como se fosse minha a reprovação, oprimido por coordenadores com a reputação em jogo, então entro na onda.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—11 A PROVA É PARA O ALUNO, MAS TAMBÉM SERVE NA AVALIAÇÃO DO PROFESSOR. ALIÁS SÓ SERVE PARA ISSO!

Claudeci Ferreira de Andrade

69—12 Barbarismo é todos os dia ter um aluno na porta de minha sala de aula com uma folha da secretaria, pedindo trabalho de dependência. Aqui é uma prova da incoerência, este de progressão parcial atrapalhou suas aulas e agora atrapalhando a aula dos outros. E a direção quer cobrar qualidade do trabalho extraclasse do professor nas horas de descanso, no refúgio de sua família. Aí o professor cobra a atividade do aluno é ele diz: "Num vim, num fiço" e fica por isso mesmo, a culpa é do professor que não deu nota para ele.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—13 A alienação levou o aluno que tirou 1,5 na prova que valia 10,0 sair mostrando a folha para todos da classe e sorridente como se fosse o mais feliz de todos. "Pagando de bandidão"! Se tal aluno não tem objetivo nobre com minha matéria e minha aula, não posso perder o meu; repreendo-o, tentando fazer valer o objetivo dos responsáveis.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—14 É da minha experiência também as incoerências da vida escolar, o preconceito linguístico, por exemplo: Não tem sentido estudar a língua padrão para não usá-la. Para que a escola ensiná-la, se não precisa aplicar no dia-a-dia o que se estuda lá? Os alunos não gostam de mim, porque detestam o português.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—15 Fechamento do bimestre escolar, o aluno entra na fila para mostrar ao professor o caderno sem atividades prontas: Tentativa de suborno ou de enganar, Joãozinho sem braço não tem cabeça também.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—16 Inconveniências se repetem, o aluno falta à aula, faz-se a chamada para constatar o fato, e temos que registrar o motivo da falta. Então o aluno mente para não ter que se submeter ao ridículo, não querendo dizer que estava com disenteria para a classe toda. Atitude esta antiética e sem profissionalismo. Se o aluno precisou faltar, deviam aplicar as medidas cabíveis sem constranger o cliente. O que é ser um professor profissional?

Claudeci Ferreira de Andrade

69—17 A maioria dos contratos temporários da educação tornar-se-á efetivo, fase da vingança pelo cabresto curto e exploração do sistema. A desconexão nesse caso é o diretor beneficiado pela submissão do pró-labore não permanecer para assumir suas consequências. Aí fica valendo o dito popular: "Quem casa com a viúva assume os filhos". Essa é A sina do outro diretor interventor.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—18 Discrepância maior é a escola obrigar o professor devolver a prova corrigida para o aluno, sendo esta um documento a favor do professor, que terá de justificar a nota ao aluno, visto que este sempre joga a culpa de sua nota baixo no professor, não um instrumento para o aluno justificar suas respostas como se fosse o dono da verdade.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—19 A prova serve, sim, para avaliação de quem a elaborou. Aliás, só serve para isso. Se eu der uma nota baixa a um aluno qualquer, terei de lhe dar um trabalho cobrindo essa nota: eu me castigando como se fosse minha a reprovação. E o sistema se dignificando ao caos.

Claudeci Ferreira de Andrade

69—20 Num julgamento, ninguém é obrigado oferecer prova contra a si mesmo, porém nesse caso o professor o é. Ele elabora provas contra si mesmo; embora na boa intenção, boas questões avaliativas, porém os alunos respondem-nas de qualquer jeito, aferindo os baixos índices de escárnio do professor. Um boicote resolve mais que um abaixo-assinado.

Claudeci Ferreira de Andrade