ENTERRADA
Ela fica lá...
Reprimida e sem ar, bem no fundo da garganta!
Lá, onde ninguém sabe que ela está escondida.
Desejo de sair e se fazer notar, isto ela tem;
motivos para ser ouvida também.
Mas não... ela continua lá...
Inerte e despercebida!
Encarcerada, silênciada, amordaçada,
triste e infeliz, como resultado de sua prisão!
Em volta, o mundo segue e se movimenta.
Se expressa, vive e desfruta de tudo que pode e deseja!
Mas ela não!
Tudo que lhe resta é repolsar em berço nada explêndido,
sem som de mar,
e imersa em uma escuridão cruel de um céu turbado!
A sua volta tudo se alegra, pulsa e vibra.
Tudo se expande, transforma e respira.
Mas ela... fica lá!
Naquele lugar frio e distante
onde ninguém sabe que ela vive escondida!