QUEM SOU EU?

Humanas figuras cujas almas desconhecem em que estão metidas

Quem são elas?

Quantas habitam em cad’uma?

Por que são o que são?

Das tantas a falarem com suas bocas

... das muitas palavras que nem tanto são seus filhos

Porém, filhos d’outros!

“Meu nome é ‘legião’ por que somos muitos”

Sendo assim, eureca!

Finalmente achei minha real identidade

Daquela que há tempo buscava... e nunca encontrava

Ah, sou qual uva num místico cacho

E sou nada isolado de seu racemo

Nada... nada... nada...

Qual letra solta da palavra que s’escreve ou se diz

E portanto, vazia... inútil...

Este meu nada!

Sou visto que os outros são... no tempo

Caso não forem deixarei, com razão, de ser... também

Já qu’existimos somente... no tempo

E haveria razão ou lógica de aqui viver isolado de todos?

Quando nem mesmo Deus, que é sempiterno e infinito,

... suportou-se estar sozinho neste ilimitado espaço

Todavia, minha reflexão é outra:

Ser... outro!

Ou ser... um outro!

Mas por quanto tempo?

Para sempre?

Pelo prazo que se serve qual escravo ao seu dono

Mas sem o soldo a que se desejara

Ainda que grite e se ufane d’alguma gloria que não é a sua

Mas d’outro também desconhecido alguém

Que coisa estranha então sou eu!

Oh, por que desejamos ser ... um outro?

Oh, por que detestamos ser... nós mesmos?

E por que nos abrigamos em nossas máscaras?

Ser outro!

Constantemente?

Impossível!

Do que noss’essência não admite... não permite

Das máscaras que com o tempo perdem a cola em nossas caras

E assim... no chão caem... e quebram

Para no final sobrar os cacos de quem apenas de fato somos:

Nós mesmos

Ai, quem aqui nest’exílo tem a audácia de ser somente ele próprio?

***************************

13 de novembro de 2018

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 13/11/2018
Código do texto: T6501918
Classificação de conteúdo: seguro