A lida da vida

O tempo tingiu seus cabelos

Ele passou sem ouvir apelos

Silenciou os gritos nascentes

O sofrimento dos inocentes

A justiça como sempre atrasada

Não vê o sangue tingindo a estrada

Banhado em suor sem ser notado

Todo o esforço não compensado

Ainda na lida nunca aposenta

Sem pé de meia, quase não aguenta

Sai bem cedinho, quase não come

Trabalho escravo que o consome

Esconde a dor, idade madura

Suas feridas é o tempo que cura

Seu choro mudo sem soluçar

Pro pão da mesa nunca faltar

Segue adiante, herói esquecido

És dos aflitos o mais destemido

Carrega humilde esta tua cruz

Prá descansar nos braços de Jesus

11-05-2019