Victum

Recife, um dia chuvoso, do mês de junho do ano de 2019. Tantos meses sem escrever, sem sentar em frente ao computador com o único e exclusivo objetivo de escrever. Como eu amo! Amo escrever, amo me descompensar em linhas e terapeutizar meus demônios, são muitos, vem e voltam...

Enquanto minha mente trabalha, meus dedos se exercitam, assim como os meus pés, vestidos em meias, afinal, “nordestino não aguenta frio”, meu filho brinca no carrinho de bebê, enquanto eu uso os meus pés vestidos em meias para balançar o carrinho na esperança que ele durma.

Minha mente fértil, especialista em pensar besteira, me consome e gasta as minhas energias, ansiedade, taquicardia, se misturam ao chá de cidreira e camomila que desce pela minha epiglote, na verdade eu queria uma vodka, mas mald... ops! Amamentação não permite tal prazer.

Vou trocar o sentimento de culpa pelo tesão que sinto por aquele boy, aquele que eu penso todos os dias antes de dormir, aquele que nunca deitou na minha cama, mas sei que ele bem queria... meu ego até se traveste de autoestima e minha libido diz “Olá”, mas a realidade bate à porta e eu sei que nem match via whatsapp eu tenho chance, lembrei que match é tinder e esse eu não tenho perfil.

Relendo as linhas anteriores eu tenho a certeza que ando enferrujada, talvez eu precise de umas gotas de óleo singer na alma e umas voltinhas na manivela da vida. Agora pensei em tirar aquele modelo de mechas azuis do Pinterest, uma tatuagem nova, reviver o amor, uma cervejinha sem lei, me vestir de vida, reler umas páginas de Zaratustra e me sentir mulher, quem sabe eu comece até a escrever melhor?

Vai saber, eu vou viver...

Nati M. (Escritos pós mãe)

Nati Mendonça
Enviado por Nati Mendonça em 18/06/2019
Código do texto: T6676132
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