Quando não sou ninguém
Estava falando de você pra você
Quando cantei na janela em tom de despedida
Você nunca entendeu minhas lamúrias
Me olhava com olhar de perdida
Com farelos de pão nos cotovelos
Bocejei muitas manhãs de domingo
Vendo sua calcinha socada
Fazendo o café ainda dormindo
Canto surdo e mudo eu vejo o dia a dia
Passando lento
Escondendo dos passos dos corredores
Que hoje não atendo
Me sento no leito afagado pela solidão
Contando os pregos do caibro
Me pergunto e me respondo
Por que te amo? Quem sabe estou louco
É... demasiado
Olhar furtivamente a fresta da porta
Ver os movimentos da sua boca vermelha
Dizendo no telefone vai saber o que.
Acho que ela tem outro
Ou eu que estou tão ninguem
Desanimado por amar
Não ela, mas outro alguém.