Ele olhava nos olhos

Ter a coragem de parar em meio movimento veloz do cotidiano, silenciar nosso próprio barulho, aprender a escutar não apenas ouvir São grandes passos para iniciarmos um diálogo com todos que nos cercam e esta atitude nos leva além, nos encaminha a um perfeito encontro com Deus. Percebemos essa atitude que Jesus Cristo sempre tomava, se retirava do meio do túmulo é buscava subir os montes para rezar, sempre tinha seus momentos de intimidade profunda de descanso no colo do pai. Aqui gostaria de lembrar uma expressão usada no livro do Gênesis: " é Deus vou que era bom". Está expressão é usada por várias vezes na narrativa da criação.

É muito interessante cada um dos cinco sentidos é importantes e permite a nós perceber todos os detalhes que envolvem nosso viver.

Aqui quero ressaltar a beleza da visão e como nossos olhos são janelas do coração. Aqui quero voltar o olhar ao evangelho de São Lucas: 22:54-69.

"Pedro Nega Jesus

54 então, prendendo-o, levaram-no para a casa do sumo sacerdote. Pedro os seguia à distância. 55, mas, quando acenderam um fogo no meio do pátio e se sentaram ao redor dele, Pedro sentou-se com eles. 56 uma criada o viu sentado ali à luz do fogo. Olhou fixamente para ele e disse: “Este homem estava com ele”.

57, mas ele negou: “Mulher, não o conheço”.

58 Pouco depois, um homem o viu e disse: “Você também é um deles”.

“Homem, não sou! ”, respondeu Pedro.

59 Cerca de uma hora mais tarde, outro afirmou: “Certamente este homem estava com ele, pois é galileu”.

60 Pedro respondeu: “Homem, não sei do que você está falando! ” Falava ele ainda, quando o galo cantou. 61 O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe tinha dito: “Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes”. 62 saindo dali, chorou amargamente."

Ponho-me a imaginar a Cena que é narrada no versículo setenta e um.

É Jesus voltou o olhar para Pedro e com certeza não foi um olhar incrimina tório, não um olhar de cobrança ou condenação, mas sim um olhar cheio de amor capaz de falar mais alto que qualquer grito. - um olhar que atingiu o coração de Pedro com a mensagem, eu te amo meu filho, eu entendo o medo que está sentindo, eu te perdoo meu filho.

Nosso corpo consegue falar sem palavras e assim somos uma carta escrita e lida por todos pois nosso corpo não consegue mentir, principalmente os olhos que são as janelas do coração.

Me ponho a pensar naquela Cena de Jesus olhos nos olhos com Pedro o pescador, que, se torna para nós hoje uma pedra firme onde Cristo finda sua igreja. Um olhar dolorido, mas ao mesmo tempo capaz de curar e impulsionar a novos passos.

Ele olhava nos olhos e conseguia ver a alma, na maioria das vezes compreendia sem que as pessoas dissessem nenhuma palavra. Era capaz de entender os anseios de um simples pescador, de uma samaritana, como também de governantes. Experimentava a pobreza e nela encontrava tudo o que necessitava para cumprir seu projeto de vida. Seu grande sonho era que o ser humano entendesse em suas palavras o sentido maior.

Ele não impunha um reino simplesmente expunha uma nova realidade, a verdadeira realidade, que só encontramos, quando nos colocamos ao dispor do Criador.

Ele falava de paz e conviveu com tudo aquilo que gerava angústia do povo que amargurada coração dos pequenos e angústia pelas desigualdades sociais e mesmo assim de todos os seus momentos ele conseguia tirar esperança para aqueles com quem convivia.

Ele pregava sereno discorria sobre a vida dando um novo sentido a todos aqueles que viviam ainda sem saber o que era viver.

Falava do grande sentimento, que emana de Deus pai que é o amor, vivia o belo sentido do ser servo por amor e partilhava sua vida por caridade. Mostrava que o amor de verdade nunca será sufocado, não importa de onde o mal venha, o amor sustenta a vida plenamente.

Ele nunca foi filósofo teólogos, psicólogos, nunca estudou antropologia, sociologia, economia, teologia nunca entrou numa faculdade, mas até hoje nenhum professor, doutor nunca se aproximou de sua sabedoria.

Era apenas carpinteiro, conhecia muito de pastoreio e na faculdade da vida, vivendo em família simples, mas família, revolucionou. Os corações, balançou os pilares da história.

Viver o amor de verdade, com toda a intensidade até o último suspiro, e quando devia falar mal, praguejar contra a humanidade, no alto, pendurado em um madeiro, dirige a Deus Pai grande brado pedindo por todos aqueles que observavam curiosos o sacrifício na Cruz. Humanidade que até hoje não compreendem sua livre entrega a morte na cruz, assumiu nosso pecado, desceu ao inferno em dores para salvar pecadores que até hoje não entendem o que significa o amor.

Mas ressurgiu dos mortos e a Deus se eleva glorioso, Deus que se fez homem tão simples, para mostrar que o bem na verdade nasce da simplicidade do coração que liberto dos anseios seculares, busca as coisas do céu.

Aquele homem do povo, nunca teve morada certa sua casa era portas que se abria, seu alimento era o que Deus concedia, mas sua sabedoria jorra como uma cachoeira que emana da nascente de água viva em seu coração. Nascente que nunca se seca e quer inundar esta terra com o amor que nasce de Deus.

Consolou pobres viúvas, reergueram doentes e coxos, deu de sua luz a cegos, acabou com hemorragia, lepra, acalmou tempestades, andou por cima das águas, ressuscitou gente morta; contou-nos histórias incríveis, de semeadores, de como era o reino divino, do homem que encontra um tesouro.

Ele hoje chora por nós como chorou por seu amigo que havia acabado de morrer, e quer também nos trazer de volta a vida como fez naquele dia a. Lazaro. Ele para volta o olhar e escuta a samaritana e faz a alegria de ser reconhecida como filha volte a seu coração sedento, Ele ainda nos espera para aquele abraço que o pai deu ao filho prodigo.

Mas Ele precisa meu irmão para que o novo aconteça em nossa vida, que abramos a porta de nosso coração, e assim com alegria, poder nos dar novo alento, novo rumo e em contrapartida Ele só nos pede que Fé, a esperança e a caridade, sejam vividas na totalidade, e assim nossa realidade poderá ser chamada de Amor.

E necessário que amemos o amor verdadeiro que é Deus.

Eduardo Batista Silva