A ANTI MODERNIDADE DA POESIA ( ou o retorno do bardo)

Em um mundo onde a experiência humana foi confundida com a produção das coisas e a política dissociada da liberdade para converter -se em disciplina, a imaginação tornou-se abrigo para as mentes indomáveis e selvagens, adversárias de todos os poderes & autoridades.

Aquele que permanece marginal ao simulacro do progresso e do utilitarismo, da razão/prisão imposta pela história, torna-se por vocação um poeta, um habitante do mundo abstrato das letras tortas de livre linguagem.

A modernidade fez do poeta o rebelde insurgente, o maldito que a margem dos saberes e ciências, rearticula as antigas magias da embriaguez e da reinvenção dos corpos. Contra as técnicas e engenharias do mundo urbano, o poeta se perde na grande floresta, tal qual um novo Merlin, profetizando o passado contra o futuro.