NINGUÉM PRECISA SABER

Persisto no meu intento

De, doravante, andar reto.

Eis que chega o tal momento

Em que tudo queda quieto:

Todas janelas se fecham,

Todas as vozes se calam,

Todas as farras encerram,

Todas as rosas exalam.

Todos aqueles recursos

Que, invocados, me acodem;

Todos aqueles ouvidos,

Onde os meus versos explodem;

Todas as mil cortesãs,

Todos amigos ateus,

Todas as bruxas pagãs,

Todos os filhos de Deus,

Tudo isso, agora, repousa.

Tudo, na noite, se cala.

Todo os casos e cousas

Cochilam longe da sala.

Todas as chances que tive...

Tudo que minha cabeça

Inutilmente revive,

Esperando que aconteça,

É tudo caso perdido!

Ninguém precisa saber

Que estou desperto e sentido,

Pensando em "eu e você".

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 17/12/2019
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T6820770
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