- Já larguei o carnaval, no meio, só pra cuidar de alguém...
A guerra é literalmente feita de armas de ataque, independente de se estar atacando um inimigo ou estar defendendo a si mesmo de um ataque, a guerra é sempre ataque, e o ataque sempre expõe o que realmente somos... o combate fogo contra fogo abre uma questão: Aonde estão as armas de defesa? Aonde estão os escudos que deveriam proteger dos ataques mais devastadores?
O carnaval é a guerra do Eu.
É o maior espetáculo da terra se transformando no maior espetáculo do Eu...
Considero o carnaval o maior espetáculo do Eu por ser uma época em que se está com os amigos e que não existe outra coisa a fazer a não ser se divertir e se experimentar...
Comparo o carnaval com uma guerra, pois estamos, a todo o momento, atacando, buscando nos experimentar, sermos quem realmente somos e ainda, buscamos uma oportunidade para sermos mais do que já somos... Buscamos uma oportunidade de nos criarmos... Ser mais... Sempre mais...
Se for isso o que realmente importa para nós mesmos porque eu perguntei sobre as armas de defesas, os escudos que deveriam nos proteger de um ataque devastador?
Simples, a guerra do Eu (carnaval) faz as pessoas mostram quem realmente são só pelo ataque... Só por serem elas mesmas uns com os outros... O escudo tem o poder oposto, ele esconde, reprime e afasta, “protege” as pessoas das outras... Literalmente coloca uma barreira de proteção que serve para separar o que você é do que não quer ser... O escudo esconde, não mostra... O escudo não é você, é uma armadura que você colocou em você mesmo, para não sentir enfim, não ser você...
Em uma guerra isso é perfeitamente aceitável... Porem a guerra é uma batalha de alguém contra alguém... Não de você contra você mesmo...
O escudo “protege” o que você julgou ter necessidade de proteção, instintivamente você esta “protegendo” o que não é você... Esta “protegendo” o que não quer ser... Esta negando a você mesmo...
Fazemos isso, pois julgamos que o não ser nós mesmos é mais seguro... É menos doloroso... É melhor...
Só pensamos assim, pois já tivemos a oportunidade de amar alguém que se foi... E deixou, no lugar do sentimento de amor, um buraco cheio de dor e angustia... A devastação... isso acontece porque achamos que amamos o outro... Mas o que realmente acontece é que começamos amar a nós com o outro... Claro!!! Estamos nos conhecendo... Estamos nos experimentando... Estamos fazendo isso tudo com o outro... E é perfeitamente normal atribuir a responsabilidade do sentimento à outra pessoa!!!! É o que sempre fazemos... A culpa nuca é nossa... Ora, todo mundo ama alguém... Deve ser isso que o mundo fala de amor... Deve ser isso que todos buscam...
Mas repito você busca a você mesmo...
E o que tem a ver largar o carnaval no meio só pra cuidar de alguém???
Tem a ver que é melhor ser MAIS você mesmo com uma pessoa do que ser POUCO de você com 56...
Já usei algumas frases pra exemplificar o que escrevi aqui:
- Não se entregue a alguém... Se entregue ao momento com alguém...
Hoje escreveria:
- Não se entregue a alguém... Se entregue a você em um momento com alguém...