- Já perdi uma pessoa que, um dia, queria viver o resto da vida...

É espetacular o poder que as pessoas têm em nossas escolhas, nossas decisões... Pois é... E se eu lhes disser que o poder não é delas e sim nosso... Ninguém faz o que não quer... Ninguém quer passar a vida inteira sem ser quem realmente é... O querer viver o resto da vida com alguém é um simples pedido meu de ser quem realmente sou por toda a vida... Acredite... Creio que não exista coisa melhor...

Imagino que esteja pensando em como ser quem realmente é, eu me faço essa pergunta o tempo todo... É simples...

Somos a união do pensamento, da fala e da ação... Isso basta para saber quem realmente somos... Mas não para ter certeza... A certeza vem com a experiência, a vivencia, a oportunidade de fazer o que se pensa e o que se fala... O poder da criação do seu “Eu” é um processo seletivo entre o que você é e o que você não é... Vou explicar:

Nós só sabemos o que é burrice quando conhecemos a inteligência... só sabemos o que é dor quando conhecemos o prazer... só sabemos quem somos quando sabemos quem não somos...

A experiência proporciona isso... Proporciona o conhecimento de nós mesmos através do que sentimos... Você é o que você sente... Você conhece e sabe o que é a felicidade – e se sentiu feliz - pois já sentiu (experimentou) tristeza... Você conhece e sabe o que é a segurança – já se sentiu seguro - pois já sentiu (experimentou) insegurança... Só conhece e sabe o que é amor porque já experimentou e já sentiu medo...

A experiência nos leva a sentir... E a dizer quem somos... Selecionando o que é do que não é...

A seleção do que ser é de cada um... Cada um escolhe o que quer para sua vida a partir dos próprios sentimentos... Quer se sentir angustiado, escolha não ser você... Quer se sentir feliz seja você mesmo... Quer se sentir o dono do mundo comece sentindo você...

A perda é a ausência dá vitória... só sei que perdi porque um dia ganhei... Isso é relatividade...

O ganhar, no enredo em questão, representa ter a oportunidade se ser “eu”...

Se eu, um dia, quis estar do lado de uma pessoa pro resto da vida... Foi só porque ela me deixava ser o mais puro eu... E mais, ela fazia com que eu descobrisse, não só a mim, mas também, o que eu era capaz de fazer, não por ela, mas por mim mesmo... Toda hora o tempo todo...

Se hoje não tenho a oportunidade de ser eu mesmo com ela, tenho que comemorar a possibilidade de ser eu mesmo por alguns, eternos momentos... Preciso comemorar a descoberta do Eu eterno... Do Eu pra sempre...

Prefiro a dor da perda a passar uma vida inteira negando aos meus sentimentos, negando o que sou... Prefiro sentir a dor porque graças ao sentir (a dor) sei o que é o prazer, e o melhor, posso escolher o que ser...

Sinta... Escolha o que ser... Como ela, escolheu ser pra mim, imortal...