Rios da alma
SULCOS NA ALMA
Lava a mão,
lava a cara,
lava o corpo,
lava a alma!
Lava tudo,
lava nada!
Lava incandescente que marca a alma
e deixa sulcos eternos,
que alguns com a desculpa do falso perdão,
insistem em fingir que não vêem.
A alma não é minha...
a dor não é minha...
Se não aceita meu pedido de perdão,
que se perca na escuridão!
Minha parte já fiz.
Minha alma, não tem dor alguma.
Que fique aprisionado nesse exagero de dor!
Dor, que bem sabe de onde vem...
Mas por nada, assumiria sua cruel autoria.
E se enganando, entendendo que não precisa purificar-se da infâmia,
segue em paz, crendo estar de alma lavada.
Desculpa, bem colocada como piedosa,
para esconder a alma hipócrita...
E o dilacerado? Fica pelo caminho...
Destroçado, com a alma em frangalhos,
os olhos rasos de tanto chorar!
Lágrimas que formam rios...
Lágrimas que formam mar.