As imagens se atropelavam em descompasso desalinhado. Palavras ardentes. Juras eternas. Entre gozos e risos. Dia a dia perfeito. Cumplicidade carinhosa e amiga. Conversas amorosas ao pé do lume, em noites invernais, regadas a vinho de linhagem e gosto comum a ambos. A felicidade e a perfeição eram tocáveis, praticamente materializadas. De repente aquele bilhete lacônico e letal: “Estou de partida. Amo outro”. O despertar sob grito rouco e corpo em sudorese, deu-se como desde então se dava diuturnamente. A cama vazia. O quarto vazio. A casa em silencio tumular. Solidão e dor gritavam aos quatro cantos, em dueto desafinado e aterrador. Como explicar tudo isso à alma em constante querência de razões e porquês?