O herói do campo

No fogão a lenha, as brasas faiscantes

O borbulhar da água fervendo o feijão

O aroma no ar, é a hora esperada

Os da lida no campo para um instante

Depois do almoço voltam a rasgar o chão

Agora é a hora de comer feijoada

A fronte suada da mostras da trabalheira

A empreita é difícil onde se ganha o pão

Sem medo da lida, bem cedo acordado

A relva molhada o orvalho a floreira

Sereno da madrugada molhando o chão

E neste solo tão rico o tesouro plantado

O caldeirão tão preto do fumo do fogo

A chaminé no telhado defuma o serrado

Humilde casinha não falta alegria

Na mesa bem simples o pedido o rogo

Que Deus abençoe o pouco do prato

Na noite o descanso, amanhã é outro dia.

No calo das mãos sinal de nobreza

No fio do bigode o aval garantido

Deixando aos filhos legado de glória

Na roupa surrada se encontra a beleza

Tão linda Humildade forte e destemido

Caminhando firme rumo a vitória.