FORMIGA

Em noite fria no apartamento,sozinha. Observo o silêncio. A solidão tão precisa. Penso em estar viva e com os meus pensamentos ainda mais vivos.Andando vejo no chão uma formiga grande, densa parece que eu e ela estamos tão sós e tão vivas. Lembro-me das leituras de Clarice Lispector em um dos seus contos e de sobressalto recordo-a quando tão bem descreve uma barata. Lembro-me de Monja Coen que em uma de suas palestras faz uma reflexiva pergunta: "Vocês já mataram?" Volto-me para a formiga e penso: Olha, eu não vou te matar,ficaremos nós duas vivas aqui nesta noite a testemunhar a manhã que vem. Eis que um momento de sobressalto, me vejo sendo picada adivinha por quem? Pela formiga que dantes eu sentira pena. Coitadinha dela... que fim será que teve...? rs!