A CONDIÇÃO HUMANA

Há que se levar em consideração a nossa condição.

Tudo pode ser bonitinho, mas não devemos nos esquecer, que muita coisa pode ser ordinária.

Por mais que seja a vontade de ser livre, estamos presos a um corpo frágil e mortal, a uma alma imortal, e a um sem número de pensamentos, hábitos, vícios e medos.

Podemos seguir na vida de maneira comedida, racional, como também, podemos ser irracionais, passionais, aventureiros. Na primeira podemos chegar mais longe, mas mais tristes, desencantados, sacrificados; na segunda, podemos ir embora bem antes, e não termos tido tempo para apreciar mais a vida, vivê-la mais profundamente. O intenso pode ser volátil, desatento. O profundo torna-se mais consistente, não pretende encurtar caminhos por atalhos.

Somos frutos de nossa história, produtos de culturas específicas. Não somos infinitos, no mais das vezes nos perdemos em nossas reduzidas dimensões. Somos pensadores sem mente, criamos deuses e neles não acreditamos, recebemos a promessa do Deus Único, mas insistimos em tentar cabê-Lo em nossa compreensão, como não conseguimos, então, procuramos afastá-Lo de nossa vida, fingindo acreditar, para poder agir como se Ele não existisse. É mais cômodo!

Os animais não relativizam as ocorrências em suas vidas. Vivem sem se importar com o amanhã. Nós relativizamos todos os acontecimentos em nossas vida, de uma forma ou outra, nos preocupamos com o amanhã, mas vivemos como se não nos preocupássemos com o depois de todos os amanhãs, porque não está naquele deus que cabe dentro de nós, mas naquele outro Deus que quando não conseguimos comportar em nosso interior, O desprezamos em nossa forma de viver.

Já sabemos muito, talvez tenhamos conhecimento suficiente para mudarmos radicalmente nossa condição humana e vivermos livremente, mas como estamos presos a nossos pensamentos, hábitos e vícios, consideramos ser melhor deixar como estar e mergulharmos em nossas vidas diárias, buscando um profundo cada vez mais superficial.

É a nossa condição humana!

Lut
Enviado por Lut em 12/10/2020
Reeditado em 04/11/2021
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