Diagnosticado com síndrome do pânico... O que eu faço?

Diagnosticado com síndrome do pânico...

O que eu faço?

A psiquiatra receitou o escitalopran, me dá sono... tontura...

O Rivotril acalma nos momentos de crises. Mas não resolve o meu problema essencial.

Então a ansiedade, as crises de raiva, estresse, nervosismos... que de forma contínua, tudo isso, sendo instalados no ser, produziram, no meu caso, as síndromes do pânico.

Isso tudo independem do comportamento. Embora eu tenha um comportamento calmo, a mente ferve. E em alguns casos, isso acabava explodindo em comportamento bipolares, seja de euforia ou de agressividade. Graças a Deus, esses foram raros os casos.

Sempre vivi em ambiente de grande tensão familiar. O estresse foi meu companheiro desde quando criança e adolescente. Ambiente familiar conturbado. Depois veio o período de concurseiro. Muitas horas de estudos, horas de estresses, provas, avaliações, sempre sendo testado, avaliado, examinado... muita ansiedade pelo que viria a ser enquanto alguém inserido no mercado de trabalho. Porém, desde de 2013, ao ir trabalhar em uma cidade do interior, os problemas só se agravaram. Foi um trabalho estressante naquela “caverna do dragão” (sempre lembro daquele desenho animado... visto que eu precisava muito de um mestre dos magos a me orientar, pois me via preso num lugar extremamente estressante), residindo sozinho, problemas nas relações interpessoais, indecisões das mais diversas... e em 2016, ao retornar à residir em Teresina, quando o portal se abriu,... não cessaram estes, ao contrário, se acumularam outros, se ampliaram, de modo que a mente foi tendo suas crises, e o corpo emitindo sinais (que a psicologia chama de psicossomatização), aqui e ali, de que algo tava errado.

A psicossomatização acontece quando o corpo começa a sentir dores ou o surgimento de doenças cuja origem e causa está na mente adoecida.

Comecei a sentir dores no peito. Em alguns episódios, as dores eram intensas, que eu corria ao pronto socorro do hospital, achando que estava numa iminência de infarto. Porém, depois de exames cardiológicos, nada fora constatado.

Então as crises de fato vieram, e o pânico se instalou. O corpo passa por sensações diversas... não manda aviso prévio, chega de repente, e vem a sensação da falta de ar, a respiração fica ofegante, fraqueza, palpitações, pressão aumenta, sudorese nas mães e pés, os quais esfriam, se empalidecem. Dormência da parte central do corpo, braços atrofiam na dormência... a cabeça sente uma dormência, tontura, e fraqueza no raciocinar e pensar... o grande vilão vem no bojo disso tudo: o Medo da Morte.

Então diante de tudo isso, é preciso trabalhar a mente para que a mesma volte ao seu equilíbrio natural.

E quem melhor do que Jesus Cristo a me ensinar nesse sentido.

O mesmo disse que não devemos “andar ansiosos” por coisa alguma... como assim Filho do Homem? Há algum método prático quanto a isso, que se pode fazer para cessar a ansiedade e o medo?

Aprendo primeiramente a enfrentar o medo da morte no momento mesmo das crises. Por três vezes, tive a sensação forte, nas crises de pânico, que eu iria morrer. Que eu não iria aguentar chegar no hospital. E nesse momento, ninguém pode lhe acalmar. Então, em fé, entreguei o meu ser a Deus, e clamei: “seja feita a tua Vontade”. Se fosse pra morrer, teria ido na paz, não me restava mais nada a fazer a não ser suportar toda aquela agonia de espírito e tive a firme convicção de que a Morte foi vencida na Cruz. Ela não matará meu espírito, e muito menos de medo. Enfim, diante dessa consciência de fé, venci e fui melhorando e cessando os efeitos da crise no meu organismo. Agora, as crises podem vir, não tenho mais problema quanto a isso, porque a fé não se apoia em sensações. A Fé não está condicionada a um viver sem tribulações, sem ventos contrários, sem crises, seja quais forem... e sim alicerçada naquele que enfrentou tudo isso e saiu vitorioso na ressurreição.

Depois, aprendo que Cristo, em seus três anos e meio de ministério na terra, não brincou com o estresse e a ansiedade. Disse ele a Marta que a mesma andava muito preocupada e perturbada, e ensinou-lhe que “uma só coisa é necessária”(Lc 10:42). Minha mente, antes conseguia se concentrar em várias coisas... agora, as aflições da alma já lhe desgastaram muito, de modo que o pouco, agora, é necessário ou uma só coisa, uma coisa de cada vez, basta a cada dia o seu mal, viver mais o hoje e vivê-lo da melhor forma possível... e o mais importante, sentar aos pés de Jesus e aprender com ele a não andar ansioso por coisa alguma. Ter como foco coisas simples.

Por fim, quando os discípulos de Jesus estavam tão estressados, correndo para um lado e para outro, disse ele: “vinde vós, aqui à parte, para um lugar deserto, e descansai um tempo”(Mc 6:31). Tempo de descanso, seja para a mente ou para o corpo, é necessário. Cristo descansou. Ele tinha o seu momento de calmaria, de oração, de isolamento. E nesse descanso, a mente precisa voltar-se para Deus, e receber dele o “bom ânimo” e a “paz” de espírito, que o mundo não pode dar, mas quem somente ele pode dar. E por causa dessa falta de descanso da mente em Deus, em fé, muitos, como eu, cai nessas crises de pânico e de ansiedades. Retornando ao meu sábado, aos poucos, o sossego vai se instalando na mente em confiança e firmeza na fé em Cristo.