É umbralina

Tenho que parar de escrever minhas carências

Pois meu português é muito curto

Tenho que parar de escrever minhas tristezas

Pois não tem idioma que sirva no mundo.

Se sou feliz, não sou poeta

Se sou triste, não sou quem presta

Se vivo, me sinto morto

E se morro, é porque vivi.

Tenho tantos abraços, que uma multidão só não da conta

Tenho tantos erros, que o suficiente é infinito

Se choro, sou arte

Se pisco, eu perco

Se capricho, também perco

Se esnobo, eu ganho

A vida é só ida

A volta é outro plano

Que não se planeja

É umbralina.

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 28/12/2020
Código do texto: T7146261
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