Morte
O que seria da humanidade sem a morte?
A incansável faxineira do mundo
Que varre os inúteis e os chatos,
Tornando a Terra um pouco mais suportável
De se viver
E o que faríamos com o "até que a morte os separe''?
Igrejas vazias
Relações assustadoras e monótonas!
Prazo infinito para alcançar os sonhos.
E qual seria a graça?
É a corrida que nos impulsiona.
A certeza da morte nos faz viver intensamente.
Sem legados e sem memórias para deixar.
A doce morte tem as chaves
Para o tão sonhado descanso eterno.
É a guardiã da porta de saída desse mundo doente.
A beleza está na finitude dos ciclos
Entre o milagroso sopro criador da vida
E o toque infalível e libertador da Morte.