Doença social

A doença mental parece ter se tornado coletiva. Os absurdos que o ser humano é capaz de fazer. Como se fosse puro instinto, como um animal em busca de uma presa. Existem questões profundas sobre a saúde mental individual e coletiva.

Fazendo um estudo antropológico Foucault nós trouxe a raiz de todo mal. As instituições. Combinadas hoje em outro contexto com a revolução tecnológica nos apresenta um cenário assustador.

Os surtos, as convulsões sociais, as informações nos violentam todo momento. Somos reféns de padrões e automatismos que perdemos a sensibilidade de perceber. É um cenário que leva ao conflito com o próximo. É o peso de não saber lidar com as cobranças exageradas dessa sociedade tão programada.

Ficar sobrecarregado de lixo comercial nos atormenta. Para os interessados ou não esse lixo vai estar ali. Para consumir? Sim para lucrar. Hoje nós somos mercadoria, nos vendemos como uma imagem programada.

As mudanças estão distantes porque a lógica não pode ficar se adaptando o tempo inteiro. É preciso manter as pessoas num mundo de aparências, atraí-las para obter um retorno mais rápido e eficaz.

Não se trata de ética, questões morais, o adoecimento pelo dinheiro e pelo poder se encarregam de manejar o rebanho. Tais conceitos se relativizaram, perderam sua posição entre as virtudes do ser humano.

Nesse contexto o banal se tornou um desejo de consumo. O banal das vestimentas, automóveis etc. Um fator importante que cabe ressaltar é o exagero do individualismo que veio com a adaptação do sistema para gerar um novo homem.

Repetições intermináveis. O fato é que existe algo que não aparece por trás desse luxo, a miséria.

As condições precárias de vida que o mundo sempre passou. Hoje o nosso próximo é invisível, pois não está no padrão a ser seguido. E somos individualistas, existe uma lógica perversa que aprova a negação do outro.

Negar o outro nos faz pensar que somos superiores, quando a competitividade é o incentivo ideal para que exclusões aumentem.

E o problema está em termos essas ideias é de ver que o discurso bem feito fica na academia e parece que são revolucionários. Quando na verdade não estão apresentando de fato soluções. Se torna um terreno nebuloso e de muitos discursos.

O que se espera é que algo efetivo aconteça. Mas fica no campo das ideias. É preciso haver uma mobilização efetiva, não grupos separados querendo liberdades de forma solitária.

De qualquer maneira amanhã tudo continuará igual.