Quando anoiteço
Minha luta começa agora, minha luta começa sempre.
Começa sempre que ouso dar o primeiro passo, em que ouso a primeira linha. É uma luta de igual para igual, porque luto comigo, e quem perde sempre sou eu. Mas não morro, no fundo. Sou forte; a parede me roubou um beijo, dois, três... Tornei-me forte assim que provei do meu sangue, com sabor reticente, com gosto de nada. E não vou agora “cuspir” mais palavras sangradas-sangrentas; tenho respeito por ti.
A minha luta é a que vem quando é noite, em sonhos que não acontecem. Por vezes, saio ferido; minha vida escorrendo. E então - - - acordo.
Os fatos me esmagam.
Quem dirá que acordar não é um sono? Quem há de me querer lutando com palavras? “É a luta mais vã”. Que se acorda em mim quando anoiteço.