Devaneios de um poeta sóbrio e só

Sem demora, desço as escadas de minha alma, não tenho pressa, você não está mais lá.

Passo por mim uma ou duas vezes, cumprimento-me e continuo a minha caminhada.

Essa vida é mesmo cheia de sonhos e mais um sonho me enche a vida, faz-me vivê-la e outra vez chorar.

Creio que a maioria das pessoas não saibam, mas tudo o que se vive tem seu preço e digo-lhe, nem sempre é tão fácil pagar.

A morte nada mais é que o início, afinal, é preciso a morte para viver. Ninguém nunca vive sem que se morra alguém.

Tudo que se vive nos é apresentado tão tragicamente que esquecemos de comemorar. Pois bem, me questione então: "Comemorar o quê?"

Te respondo tão rapidamente quanto sua intrigante colocação:

"Estamos vivos, isso não te importa?"