PRESENTE DO SUBJUNTIVO

Enquanto aqui me abro, me fecho lá fora...

Construo muros, destruo e passo a demolir essa casa...

A quem dei as chaves, tive a honra de ser aberta para que me desfrutasse sozinha... orientada a ser tão eu que descobri que era só, de fato...

Na tentativa de uma nova tranca, me violentaram... Roubaram a cena, meu luto, minha perda e sequestraram meu momento... me encarceraram fora da minha realidade...

Agora liberta, não quero inalar o ar dessa casa desfeita, tampouco rever esses velhos pisos...

Em meu estado puro e simples de solidez (ou ÃO), quero minha companhia...

Como quem conversa sozinha num cenário escuro, sabendo que à minha volta existe uma plateia espreitando o final da peça... e assim, me conforta estar só, mas saber que ainda há quem me aplauda de pé por protagonizar esse melodrama que tem sido a minha vida...

Dandara Santos
Enviado por Dandara Santos em 22/11/2021
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