Tic tac
As horas passam, uma após a outra. Nunca se repetem e o relógio nunca para. Tic, tac, tic,tac.
O tempo é uma ilusão que nos aprisiona, e por ser finito, nos falta. Falta tempo pra ver o sol se pôr. Falta tempo pra ver os filhos crescerem. Falta tempo pra sorrir de piadas idiotas numa mesa suja de um bar qualquer.
Falta, falta, e o buraco dessa ausência de eternidade nos consome conforme nos damos conta de nossa própria finitude.
Seríamos mais felizes se fossemos eternos? Ou se não tivéssemos a consciência de que tudo acaba?
Perseguimos as horas que fogem, reféns de relógios, prazos e deveres. Correndo sobre a dead line, sem um Checkpoint.
Somos escassos de tanto, principalmente de nós mesmos...E enquanto as horas passam, caladas e fluidas, permanecemos estáticos.
O que você faria se pudesse parar o tempo? O que faria se não existisse o movimento frenético que faz sucederem os dias? Talvez vivesse, sem pressa, tomando um café e observando a fumaça que sobe da caneca ainda quente.
O tempo não existe. Nós resistimos. E seguimos sendo apenas um amontoado de histórias, uma coletânea de experiências que vence o passar dos segundos, e é aí que reside a eternidade.
Tic tac.