Distância???

“Distância” , palavra razoavelmente curta, mas que nos remete em idéias tão longas. Tão distante quanto norte e sul, tão distante quanto o céu e a terra, tão distante quanto à carne e o espírito, tão distante quanto o frio e o calor. Mas tão atrativa quanto os opostos que se atraem, tão dura como rocha, mas capaz de nos derreter como manteiga no calor. Tão voraz como um furacão, e ao mesmo tempo silenciosa como uma calmaria. Tão distante quanto o fim do mundo, e tão próxima que uma ligação não aproxime. Distância, cruel como um assassino, serena como uma criança que dorme, impiedosa como um vulcão, paciente como uma brisa, conveniente como si própria.

Distância que nos afasta nos momentos mais inconvenientes, e que pode ser quebrada com um simples aceite de um convite, ao qual requer apenas um pouco de humildade para que possa ser aceito, ou para ser feito... Questão essa que divide o coração, saber o que fazer, é mais do que o que se deseja fazer. Porém há uma incógnita, a do orgulho, que não deixa que os seres humanos expressem o que sentem. Funciona como uma onda do qual somos empurrados por ela, inclui experiências alheias e nossas próprias experiências, que muitas vezes não nos deixam, são fantasmas do passado que insistem em nos perturbar. São esses talvez ( não só os motivos) mas os próprios pesadelos, distorcidos que tenho, quando fico muito tempo sem te ver.

A verdadeira questão é como demonstrar-lhe isso de forma convincente?

Como provar-te que lhe quero mais do que os outros?

Tudo isso em tão pouco tempo. Como convencer Deus e o mundo de que não há palavras que demonstrem o meu amor por você?

Tudo isso sem lhe apresentar o câncer do Ego humano, que nos consome antes mesmo que percebamos, e quando nos damos por conta, não achamos, mas temos a certeza de que o mundo gira em torno de nós, quando na verdade somos apenas como um grão de areia nesse mundo.

Se o ser humano não for capaz de se recuperar dessa situação, ele simplesmente acabou, e não há nada que lhe prove o contrário, ou lhe traga de volta, a não ser à própria morte, que pode ser vista como sua última chance de perceber que não se pode ser o centro do universo sozinho.

Daqui pra frente só a um caminho para mim, e digo um, pois qualquer de seus atalhos ou vertentes que eu escolher me levarão ao mesmo lugar... Só isso que sei, não sei qual é esse lugar, talvez tenha noção, mas sei apenas que está lá me esperando. Com rodeios ou não, com voltas ou não, veloz e constante como um trem, ou lento como um pequeno barco a vela em um dia de calmaria.

Acho que esse lugar tem seus salgados tormentos, mas tem doces acalantos, tem agitação e tem tranqüilidade, é turbulento, mas tem seus momentos de calmaria, talvez esse lugar até seja distante, e ai voltamos ao que eu disse no inicio... A tal distância, boa ou ruim?

Acho que só o tempo dirá.