(Notas para o exercício da) Sociologia da Educação como Conclusão ao Curso de Extensão em Antropologia Pedagógica

(Florestan Fernandes me serviu de inspiração)

 

É preciso contar com um grupo, formado por uma comissão de alunos, não necessariamente representantes de turma, que possam tomar parte numa roda viva e participarem das tomadas de decisões que implicam mudanças no curso da relação direta entre Ensino e Aprendizagem. Um grupo assim não pode ser formado por alunos com um histórico marcado por indisciplina, falta de respeito aos outros etc. Esse grupo deve estar estruturado conforme um processo de seleção dos alunos destaque (em termos positivos, claro), pois (em tese) eles têm comprometimento com a "ordem do dia" (diariamente, é claro), não apenas com seus direitos, mas de igual modo com seus deveres. Alguém poderá contestar, acreditando que estamos a violar direitos básicos, que estamos agindo por exclusão. Enorme equívoco essa contestação. Seleção não é exclusão. É necessidade. Um seleto grupo de alunos que participam das decisões para transformar o curso das aulas, desde a preparação do ambiente (Gestão da Sala de Aula) até a discussão sobre a relevância do currículo (definido por políticos e imposto como verdade absoluta, como dogma religioso/paradogma* científico) e sua questionável aplicação na vida diária do aluno, deve ser respeitado e ter voz ativa. Afinal, essa reunião periódica** entre professores e alunos visa a um único objetivo em comum: atuar na formação contínua de cidadãos responsáveis, conscientes de seus direitos e deveres. E que, via processos democráticos, atuam nas transformações sociais, com vistas a tornar esse mundo menos injusto, mais humano e que, a despeito de nossos erros e acertos, promove a coexistência harmoniosa entre pessoas de diferentes credos, etnias, orientações sexuais e opiniões políticas***, dentre os outros elementos que por ora possam ter sido ignorados.

 

NOTAS

 

* Fusão dos termos "paradigma" e "dogma". Às ciências, de modo oposto às religiões, não cabe se fiar em verdades absolutas, eternas, inexoráveis. Até porque o que pode ser afirmado sem provas pode ser refutado de igual modo. A exemplo do péssimo exemplo de um certo país da América Latina, negativamente marcado por um governo federal de reconhecível natureza tirana, pautado na ditadura e ódio ao pensamento que lhe é diverso, provas forjadas não constituem provas, mas sim fraude. E fraude, cumpre lembrarmos, constitui crime.

** Que poderá ocorrer quinzenal, mensal ou bimestralmente, conforme as necessidades assim o apontarem.

*** É louvável o livre trânsito das ideias, bem como a sua compreensão, uma vez que compreender não implica aceitar. A convivência (tornada difícil) entre pessoas que possuem visão política muito diversa da nossa, observada o respeito à não-imposição de nenhuma visão sobre outra(s), é necessária.