O encaixe dos narizes
 
Quando um coração encontra o seu amor, deve cuidar dos atalhos com esmero para que em cada dia o amor que reina no coração seja uma nova e grata surpresa. No começo de tudo, há um encantamento mágico, as paisagens estão verdinhas e nelas não há a poeira que o vento costuma depositar, displicentemente, nas folhagens. Dia após dia trafegamos nesta estrada, de modo que, num dado momento, olhamos e percebemos que o chão ficou batido, não apreciamos mais a paisagem que antes era tão prazerosa, que antes fazia o coração pulsar acelerado.
O grande problema foi deixar de regar a paisagem pela qual passávamos todos os dias, porque assim como elas, o amor precisa, infinitamente, de nutrientes.
Talvez seja esse o ponto que separa muitos corações.
Quando um paciente está na UTI, significa que o problema é de fato muito grave, deixar que o amor fique anêmico e vá parar na UTI, é talvez um ponto sem retorno. Criar os atalhos é descobrir novos jardins e novas paisagens,  é viver o sincrônico encaixe dos narizes na suavidade das fragrâncias um do outro.