Os Sentidos
Meus olhos sempre enxergam o que estou olhando.
Meu dia-a-dia é formado por intensas contemplações.
Tudo o que toco, se algum dia foi, deixa de ser meu.
Dôo sensações inesquecíveis e as vezes inebriantes.
Vivo em um jardim florido de pessoas coloridas,
onde até o mais nefasto ser-humano exala um perfume... humano.
Durmo e acordo em uma bolha particular,
onde a música cotidiana influencia diretamente o meu silêncio.
Minha bolha chama-se Planeta Terra.
Admito ser um assassino.
Mas apenas coloco um fim na existência
daquilo que continuará existindo em mim;
meu gosto não é um imperativo.
E por fim, o sexto sentido, esse na verdade não possuo.
Não ouço vozes ou sinto calafrios ao me apaixonar,
ao me refrescar com um copo gelado e entregar a chave...
a bem da verdade, vivo a cada instante o último de minha vida e,
talvez exista sim um sexto: a intuição de reconhecer o
presente recebido sem corrompê-lo por minha limitante racionalidade.