Os Sentidos

Meus olhos sempre enxergam o que estou olhando.

Meu dia-a-dia é formado por intensas contemplações.

Tudo o que toco, se algum dia foi, deixa de ser meu.

Dôo sensações inesquecíveis e as vezes inebriantes.

Vivo em um jardim florido de pessoas coloridas,

onde até o mais nefasto ser-humano exala um perfume... humano.

Durmo e acordo em uma bolha particular,

onde a música cotidiana influencia diretamente o meu silêncio.

Minha bolha chama-se Planeta Terra.

Admito ser um assassino.

Mas apenas coloco um fim na existência

daquilo que continuará existindo em mim;

meu gosto não é um imperativo.

E por fim, o sexto sentido, esse na verdade não possuo.

Não ouço vozes ou sinto calafrios ao me apaixonar,

ao me refrescar com um copo gelado e entregar a chave...

a bem da verdade, vivo a cada instante o último de minha vida e,

talvez exista sim um sexto: a intuição de reconhecer o

presente recebido sem corrompê-lo por minha limitante racionalidade.

Marcelo Maia
Enviado por Marcelo Maia em 12/12/2007
Reeditado em 01/04/2016
Código do texto: T775535
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