três de julho.

é três de julho.

metade do ano já se foi.

morri tantas vezes que perdi as contas.

me reinventei tantas vezes que sou outra pessoa.

em tão pouco tempo me perdi, me encontrei, me prendi à esse ciclo.

sigo cometendo os mesmos erros.

me afogando em pessoas rasas. me sufocando em sentimentos fajutos.

em ideias criadas apenas na minha cabeça.

meu vazio se abastece de solidão e tristeza e assim sigo vivendo.

existindo, mas não por inteiro.

há beleza na minha escuridão. mas com ela não tenho clareza.

não vejo certezas, me entrego à impurezas.

erro, me entrego, mergulho de cabeça.

me saboto pela adrenalina e pela simples emoção de saber.

me mato um pouco todo dia para conseguir ser.

Calliope May
Enviado por Calliope May em 03/07/2023
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