O último dos patos.

Sinceramente não me arrependo de nada que fiz. Simplesmente TUDO que quis fazer, fui lá e fiz. E foda-se o que os outros, o papa ou a torcida do Corinthians vai pensar. O problema não são as coisas que faço. E sim as consequências desses atos. Ação e reação. E dessa reação que transformo em um fim de mundo, numa depressão dos infernos, num pessimismo exagerado.

Talvez falta de confiança em mim mesma, mas como todo bom covarde minha primeira reação é fugir, esquecer, run Forrest, run. Mentir para mim mesma que não aconteceu nada e ignorar tudo. O problema não é o dia a dia, e sim quando se põe a cabeça no travesseiro.

É uma sensação indescritível da mais profunda tristeza da alma. Uma sensação que juro que não desejo a ninguém. Juro que prefiro viver o resto da vida com pedra no rim do que ser obrigada a sentir essa dor. Essa dor não tem anestésico, não tem cura nem diagnóstico. Essa dor vence e transparece até no ser mais forte que possa existir. Sei que tudo depende de nós mesmos. E que só lamentações é um pé no saco, mas fazer o que nesses eternos blue days? Nada mais a se fazer do que chorar e lembrar se você é uma bosta, um lixo, um nada.

Não, não dou o mínimo valor a mim mesma, não me amo, não quero nada, não desejo nada e não quero ajuda. Frescura? Coisa de menininha mimada? Quero que se lasque. Por uma única coisa que ainda tenho consideração ainda fico aqui. A dor de meus pais. De resto tem dias que odeio ter que acordar todos os dias, ter que viver, ter que conversar com as pessoas, ter que comer, ter que me relacionar, ter que pensar que as coisas vão melhorar, ter que se fazer de linda, bem sucedida, independente e madura. Odeio padrões da sociedade. Odeio ser rotulada e não sei lidar com frustrações e com críticas.

É os pessimismo em sua forma mais pura e simples. Acordar todos os dias sem razão, de que nada vai dar certo e as coisas que dão certo são lucro e não conquistas. Reconheço que viver com uma pessoa como eu deve ser chato pra car... Ter que ficar aguentando toda essa negatividade e lamentações. E é por isso que sinto que não sou daqui. Sinto que sou de outro planeta ou de outro mundo. Um mundo onde todos são tristes e diferentes. Onde ninguém liga para ninguém e que se amar é como se inexistente.

Sinto-me assim sempre. O último dos patos.

Belit
Enviado por Belit em 21/12/2007
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