Uma literatura chamada amor

Não gosto da literatura irrealista, aquela poesia que finge ser humana

Precisa daquela corrosão enigmática

Preciso da dor do artista

Sentir saudade da pessoa que ele ama

Sentir medo dos seus fantasmas

Sentir as lágrimas que caíram quando ele não conseguiu se despedir daqueles que já amou

Nunca gostei dos poetas superficiais

Aqueles que encontram as razões mais fúteis para machucar sua alma

Nem toda inspiração vem da dor

As vezes os olhos tom de caramelo me faz escrever os textos mais ridículos sobre o amor

Fernando Pessoa ficaria orgulhoso

Clarice Lispector nem tanto

Para ela, o amor representa uma farpa que tenta se fundir ao meu DNA

Para Fernando, ah meu querido romântico inconfundível

O amor é naturalmente ridículo

Mas não tanto quanto as pessoas que nunca sentiram ele

Lena Gomes
Enviado por Lena Gomes em 18/09/2023
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