Embaraço
O tempo que espero sem esperança
Me fere quando espero inferência
A vida se esvai numa lembrança
E a espera consome a decência
O olhar longe e vazio
O peito vazio e perto
A porta aberta, o frio
A mente fechada, ao certo
Em tempo, não sou mais criança
Se bem que se fosse sorria
Já não me encaixo na dança
Me enlaça total disforia
O olhar longe, desfoca
Ao olhar dentro disfarço
Se olhar, o que me sufoca
Pode ver o total embaraço.