FILOSOFIA DA EXISTÊNCIA

Na Filosofia da existência, cada ser humano é um fio entrelaçado entre o nascimento e o inevitável fim. Há um ciclo que se desdobra, uma narrativa costurada pelos tempos. Há mais de meio século, eu não fazia parte desta trama terrena, e daqui a meio século, serei uma ausência nesse “pálido ponto azul”

A incógnita persiste: de onde viemos antes de encarnar nesta esfera terrestre e para onde nos dirigimos após despir-nos da carne? É um mistério ancestral que permeia a reflexão humana, uma busca incessante por respostas que se esgueiram entre os limites da compreensão. Talvez seja uma dança cósmica, um ballet de partículas e energias que transcende a capacidade de nossa mente tão finita.

Neste tecido de existência, o agora é o ponto de convergência, o espaço onde a história se desenha. É o momento em que experimentamos a teia da vida, com suas alegrias efêmeras e desafios persistentes. A lógica natural se entrelaça com a imprevisibilidade, e somos desafiados a encontrar significado em cada fio que compõe nosso caminho.

Assim como as estações transformam a paisagem, a jornada humana é marcada por ciclos inevitáveis. A busca por significado, porém, transcende o efêmero. É uma busca espiritual, uma tentativa de decifrar os enigmas da existência que vão além dos limites do tempo e espaço que nos é dado conhecer .

Nesse contexto, somos convidados a contemplar não apenas o início e o fim, mas também o meio - o que fazemos com o tempo que nos é concedido. Cada ato, cada pensamento, molda a textura única de nossa contribuição para a vastidão cósmica. Em meio à incerteza do antes e depois, a verdade reside na experiência compartilhada, na busca coletiva por compreensão e significado. A vida é agora, nos lembra os estóicos.

Assim, entre o mistério do nascimento e a inevitabilidade da transição, a existência humana se desenrola como uma sinfonia em constante evolução. Onde estivemos e para onde iremos são perguntas que talvez um dia encontremos respostas definitivas, quando o homem descobrir sua imortalidade, mas a jornada entre esses pontos é o que confere valor à nossa efêmera passagem por este planeta de provas e expiações.

Tião Neiva