1676517.jpg

 

A DOR SAGRADA DE CADA DIA NOS DAI HOJE

“Tendré mi olor mis dolores

cuando yo duerma destruído?”

 

“Terei meu cheiro e minhas dores

quando eu dormir destruído?”

(Pablo Neruda)

 

 

E ei-la, nest’hora (como em todas [as horas])... a dor!

Oh! A dor...

A sagrada dor

Por que não te louvam os mortais dest’exílio...

... estes qu’em tal grau amam e adoram somente... o gozo?

Sim, por quê?

 

Ai! Ai de nós se toda a vid'aqui de alegria então fosse!

Oh! E, com certeza os hedonistas estão a rir de mim... agora!

 

Como chegar até nós a luz que não seja através do escuro espaço?

Sim, pergunto-vos: como de nós se aproximaria?

Ao que igualmente a brisa trafega sem medo pela sombria mata!?

Enquanto nós, humanos, o escuro e as feras tememos... (quem sabe, à toa!)

 

A dor!

Alguém já se deu conta que somente os vivos a conhece?

Ou melhor: só os vivos "sentem"... dor

É verdade...

Só os que têm "alma viva" sabem o que é dor

Os mortos, ai! coitados!... não sentem nada

No deduzir que sentir dor é, na verdade, um grande privilégio

... que apenas os vivos conhecem?! (os "verdadeiramente" vivos)

Não há dúvida!

 

Os mortos!

Os “mortos-vivos” (aos quais me refiro)

Os pseudo-vivos (em verdade a que são)

Opostos dos "verdadeiros vivos" (em verdade e em espírito)

Do miocárdio a bombear no interior de seus tórax

Todavia, desconhecem o que seja um coração a bater

Cegos embora olhos possuam, porém não enxergam o que vivo seja

Surdos ainda que ouvidos tenham, mas não degustam a canção da vida

E por quê?

Simplesmente pela razão de qu’estão mortos (no prazo que a Vida ... a todos deu)

E, portanto, a dor certamente... de nada [sobr'ela] sabem (nem querem saber)

 

1676519.jpg

 

Ai! Quantos aqui se iludem em achar que vivos estejam

(Só por que respiram, comem, bebem, defecam e dormem...)

A trafegar apoiados neste tolo credo no tempo dest’exílio

A provar somente de saborosas iguarias

A s'entorpecerem de fugazes alegrias

Não! Não amam a dor (que tanto educa e instrui)

A achar que esta só calaria a amada (e por eles tão querida!) balbúrdia em suas almas

 

Mas, qu’estou eu a dizer agora?

Teriam, pois, os mortos... alma?

Não pelo que para mim defina "alma"

 

Mas, a verdade é que quase todos s’entopem de analgésicos

Como também se afogam na narcose d’uma vida hedônica e sem razão

Na intenção covarde justamente de querer fugir... da dor

(E também da vida, ou, sobretudo, dela!)

 

A dor!

Acaso alguém creria que Cristo recebeu uma injeção de morfina...

... enquanto crucificado s’encontrava?

Porventura alguém pensaria que padecimentos naquel'hora el'então não sentia?

 

Olhai para mim, ó dor sagrada e precisa, olhai para mim

E permita qu’eu vos olhe também, mas sempre sereno e calmo

E sempre... em paz

Enquanto eu passar “desta para ir, com certeza, para uma melhor”

Assim seja!

 

1676518.jpg

 

19 de fevereiro de 2024

 

IMAGENS PÚBLICAS, MAS SENDO TRABALHADAS COM PROGRAMAS DE EDIÇÃO

 

************************************

 

FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

 

A DOR SAGRADA DE CADA DIA NOS DAI HOJE

“Tendré mi olor mis dolores

cuando yo duerma destruído?”

 

“Terei meu cheiro e minhas dores

quando eu dormir destruído?”

(Pablo Neruda)

 

 

E ei-la, nest’hora (como em todas [as horas])... a dor!

Oh! A dor...

A sagrada dor

Por que não te louvam os mortais dest’exílio...

... estes qu’em tal grau amam e adoram somente... o gozo?

Sim, por quê?

 

Ai! Ai de nós se toda a vid'aqui de alegria então fosse!

Oh! E, com certeza os hedonistas estão a rir de mim... agora!

 

Como chegar até nós a luz que não seja através do escuro espaço?

Sim, pergunto-vos: como de nós se aproximaria?

Ao que igualmente a brisa trafega sem medo pela sombria mata!?

Enquanto nós, humanos, o escuro e as feras tememos... (quem sabe, à toa!)

 

A dor!

Alguém já se deu conta que somente os vivos a conhece?

Ou melhor: só os vivos "sentem"... dor

É verdade...

Só os que têm "alma viva" sabem o que é dor

Os mortos, ai! coitados!... não sentem nada

No deduzir que sentir dor é, na verdade, um grande privilégio

... que apenas os vivos conhecem?! (os "verdadeiramente" vivos)

Não há dúvida!

 

Os mortos!

Os “mortos-vivos” (aos quais me refiro)

Os pseudo-vivos (em verdade a que são)

Opostos dos "verdadeiros vivos" (em verdade e em espírito)

Do miocárdio a bombear no interior de seus tórax

Todavia, desconhecem o que seja um coração a bater

Cegos embora olhos possuam, porém não enxergam o que vivo seja

Surdos ainda que ouvidos tenham, mas não degustam a canção da vida

E por quê?

Simplesmente pela razão de qu’estão mortos (no prazo que a Vida ... a todos deu)

E, portanto, a dor certamente... de nada [sobr'ela] sabem (nem querem saber)

 

Ai! Quantos aqui se iludem em achar que vivos estejam

(Só por que respiram, comem, bebem, defecam e dormem...)

A trafegar apoiados neste tolo credo no tempo dest’exílio

A provar somente de saborosas iguarias

A s'entorpecerem de fugazes alegrias

Não! Não amam a dor (que tanto educa e instrui)

A achar que esta só calaria a amada (e por eles tão querida!) balbúrdia em suas almas

 

Mas, qu’estou eu a dizer agora?

Teriam, pois, os mortos... alma?

Não pelo que para mim defina "alma"

 

Mas, a verdade é que quase todos s’entopem de analgésicos

Como também se afogam na narcose d’uma vida hedônica e sem razão

Na intenção covarde justamente de querer fugir... da dor

(E também da vida, ou, sobretudo, dela!)

 

A dor!

Acaso alguém creria que Cristo recebeu uma injeção de morfina...

... enquanto crucificado s’encontrava?

Porventura alguém pensaria que padecimentos naquel'hora el'então não sentia?

 

Olhai para mim, ó dor sagrada e precisa, olhai para mim

E permita qu’eu vos olhe também, mas sempre sereno e calmo

E sempre... em paz

Enquanto eu passar “desta para ir, com certeza, para uma melhor”

Assim seja!

 

19 de fevereiro de 2024

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 19/02/2024
Código do texto: T8002257
Classificação de conteúdo: seguro