VIVÊNCIA E EXISTÊNCIA

 

No corpo [a ser o meu cárcere] ... milhões de [vivas] células

Só qu’eu não vejo... nenhuma d’elas

E deste modo eu sou (somos todos)

 

Mas, eu não sou feito somente... de células

O qu'eu "tenho mais", então?

Ou, o qu'eu "sou mais", então?

O que "somos", em verdade e, portanto, em "totalidade"?

Sou também feito de tempo (todos)

Porém, não apenas ... "tempo cronológico"

 

Vivo (como todo mundo) no credo (ilusório ou não) de que aqui amanhã

eu estarei

E assim faço planos

Para o próximo dia ...

Para o final da semana ...

Para o réveillon [ainda que distant’esteja] ...

Ou mesmo para os anos seguintes ...

Todavia, faço planos

E quer saber?

Se formos ver bem, todo mundo é “assim”

 

Pois bem...

Não sei s’engando estou

Ou mesmo, se presunçoso [sou] em acreditar que o amanhã s’haverá

Mas como, pois, eu viveria se acreditasse ser hoje o meu derradeiro dia?

Talvez, e a ser o mais certo, sofreria por antecipação e inutilmente

Quando, então, outros “amanhãs” então viriam!

 

Percebo com aborrecimento o passado quando par’ele olho

Embora tantos preferencialmente o têm consigo

E o futuro a meu entender não passa d’uma ridícula miragem

Ainda que muitos por ele optam

E somente por ele

Sacrificando o presente [tempo] em função d’enganosas esperanças ou vãs expectativas

 

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Oh! Tão bom degustar d’um “dia virgem” e desconhecido!

A ser um tempo inteiramente novo

E viver “de verdade” ... tudo o que for em sua substância

Desfrutando de tudo

E, de preferência, aproveitando-o de forma totalmente diferente d'outros dias

Deixando, portanto, para trás o dia d’ontem o qual se tornou apenas... sombra

Ou mesmo... nada!

 

E então...

Em cada dia inúmeras vidas (em suas formas) aparecem

Enquanto outras vão embora

D’onde, pois, vieram e par’onde vão?

Sei lá!

E para que alguém deveria saber se a Vida sobre isto esconde ao entendimento?

 

Crescemos na estrada do tempo até a lombada de nossa senil curvatura

E se chegaremos ao destino após o horizonte do que aqui vemos?

Depende do destino o qual se pretende e do porvir que n’ele se crê

Ou então, talvez chegaremos... “se Deus quiser” (que cheguemos!)

Mas, oh! que ninguém coloque nas costas de Deus a responsabilidade de nossos movimentos

Ficou claro?

 

E, caso não chegar, qual a consolação terá pelo tanto que no tempo sofreu?

Para quem que de fato esteve “vivo” e que no sagrado solo do mundo “pisou” ...

O consolo de que não apenas “passeou” pelo mundo ou somente se distraiu na vida

Mas que n’ele ... realmente viveu (e não traiu a vida)

A se concluir que o “seu” tempo... valeu

 

 

22 de abril de 2024

 

IMAGENS: FOTOS GENTILMENTE CEDIDAS PELO MEU GRANDE AMIGO, CHARLES LIMA

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

VIVÊNCIA E EXISTÊNCIA

 

No corpo [a ser o meu cárcere] ... milhões de [vivas] células

Só qu’eu não vejo... nenhuma d’elas

E deste modo eu sou (somos todos)

 

Mas, eu não sou feito somente... de células

O qu'eu "tenho mais", então?

Ou, o qu'eu "sou mais", então?

O que "somos", em verdade e, portanto, em "totalidade"?

Sou também feito de tempo (todos)

Porém, não apenas ... "tempo cronológico"

 

Vivo (como todo mundo) no credo (ilusório ou não) de que aqui amanhã

eu estarei

E assim faço planos

Para o próximo dia ...

Para o final da semana ...

Para o réveillon [ainda que distant’esteja] ...

Ou mesmo para os anos seguintes ...

Todavia, faço planos

E quer saber?

Se formos ver bem, todo mundo é “assim”

 

Pois bem...

Não sei s’engando estou

Ou mesmo, se presunçoso [sou] em acreditar que o amanhã s’haverá

Mas como, pois, eu viveria se acreditasse ser hoje o meu derradeiro dia?

Talvez, e a ser o mais certo, sofreria por antecipação e inutilmente

Quando, então, outros “amanhãs” então viriam!

 

Percebo com aborrecimento o passado quando par’ele olho

Embora tantos preferencialmente o têm consigo

E o futuro a meu entender não passa d’uma ridícula miragem

Ainda que muitos por ele optam

E somente por ele

Sacrificando o presente [tempo] em função d’enganosas esperanças ou vãs expectativas

 

Oh! Tão bom degustar d’um “dia virgem” e desconhecido!

A ser um tempo inteiramente novo

E viver “de verdade” ... tudo o que for em sua substância

Desfrutando de tudo

E, de preferência, aproveitando-o de forma totalmente diferente d'outros dias

Deixando, portanto, para trás o dia d’ontem o qual se tornou apenas... sombra

Ou mesmo... nada!

 

E então...

Em cada dia inúmeras vidas (em suas formas) aparecem

Enquanto outras vão embora

D’onde, pois, vieram e par’onde vão?

Sei lá!

E para que alguém deveria saber se a Vida sobre isto esconde ao entendimento?

 

Crescemos na estrada do tempo até a lombada de nossa senil curvatura

E se chegaremos ao destino após o horizonte do que aqui vemos?

Depende do destino o qual se pretende e do porvir que n’ele se crê

Ou então, talvez chegaremos... “se Deus quiser” (que cheguemos!)

Mas, oh! que ninguém coloque nas costas de Deus a responsabilidade de nossos movimentos

Ficou claro?

 

E, caso não chegar, qual a consolação terá pelo tanto que no tempo sofreu?

Para quem que de fato esteve “vivo” e que no sagrado solo do mundo “pisou” ...

O consolo de que não apenas “passeou” pelo mundo ou somente se distraiu na vida

Mas que n’ele ... realmente viveu (e não traiu a vida)

A se concluir que o “seu” tempo... valeu

 

22 de abril de 2024

 

O Pincel e a Paleta
Enviado por O Pincel e a Paleta em 22/04/2024
Reeditado em 22/04/2024
Código do texto: T8047452
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