Tento todo dia me convencer que estou bem,

Ainda que há meses, eu não tenha ninguém,

A estória da minha vida...

Amores vão, amores vêm...

E tento me convencer que estou bem!

Às vezes, sinto falta de um beijo, um abraço,

E por não saber direito o que faço

Mergulho de cabeça no serviço, até sentir cansaço,

E tento me convencer que estou bem!

Por sentir uma fadiga extrema, me conforto nas guloseimas,

Em conseqüência, ultrapassei meu peso a quilos passados,

Não consigo parar de comer, é um vício que teima,

Mas me traz a sensação de um prazer saciado,

E tento me convencer que estou bem!

A parte saudável de tal descontrole é a vida familiar,

Não tenho mais tantos motivos para me fracionar,

Então posso curtir melhor os meninos e suas vontades,

Dar mais mimo aos pequenos no final das tardes,

Mas como criança é insaciável!

Sempre teêm vontades novas e um fôlego invejável

Mas até eles perguntam: “Por que você não tem um namorado?!”

Como explicar então que sou um tanto quanto “intolerável”,

Que tenho a triste mania de planejar e executar tudo sozinha,

Que sou centralizadora e tenho um gênio indomável,

Que nunca soube ser meiga, romântica e quietinha?!

Sou muito explosiva, sarcástica e independente,

E ninguém acredita que também me sinto carente,

E isso assusta a maioria dos homens com mais de quarenta,

Mas todos os dias tento, me convencer que estou bem,

E sei... Crua e francamente, que estou só.

JUNO
Enviado por JUNO em 09/01/2008
Código do texto: T809535