Sinceridade

Todo dia quando levanto pela manhã, tento achar o caminho que irá me levar às descobertas que tanto procuro. Não luto pelo ter, gostaria de achar as respostas do meu ser e nestas tentar moldar toda a felicidade, triste é viver atrás de satisfações momentâneas, viver atrás de ousados desafios que nunca seriam capazes de resplandecer o meu viver, tudo que conquisto se torna um troféu para ser ostentado no escol que faço parte.

Um objetivo como esse deprime até o mais alegre dos seres, uma vida tão superficial como essa não serve como trilha para um viver eterno, profundo e sincero. Correr atrás de tudo que não acrescenta uma gota de esperança ao ser é tão repulsivo como ficar estatelado esperando o milagre da divina salvação.

Os grandes desafios me entorpecem, fico momentaneamente deslumbrando com o êxtase da conquista chegando até a acreditar que a minha vida finalmente está completa, o problema é que a vida passa, os nós são desatados e o mistério finalmente se expõe no horizonte, e neste momento me afundo no mais ancho mar de desilusão, pois finalmente vejo que nunca o ter vai suprir o ser.

Acordo em mais um dia perguntando qual será a sensação que me fará caminhar em alguma direção, gosto das sensações, qualquer uma, pois não sou uma pessoa que faço discriminação entre o alegre e o triste, sei que os dois são antagonistas e é apenas por isso que apoio ambos, só consigo ficar alegre um dia por estar triste no dia anterior, e neste eterno mar de oscilações tento não ser mais um indivíduo monótono na multidão.

Todos os caminhos que escolhi, todas as estradas que passei, todos os sentimentos que eu vivi foram os mais ousados, nesta eterna busca do impossível continuo me iludindo com falsos troféus que poderei lustrar no meu quarto da solidão enquanto estiver massageando meu ego, ou então nos momentos de sensatez quando estiver acabrunhado com a minha pequenez perante o mundo, enfim quando eu novamente constatar que tudo que faço na procura de completar o meu vazio não passam de tentativas desesperadas que sempre fracassam no seu desfecho.

Diego Lapetina
Enviado por Diego Lapetina em 02/02/2008
Reeditado em 03/02/2008
Código do texto: T843836
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.