Relato!
No cair das folhas no campo
No ranger de troncos graúdos
No uivo incessante de um animal
No esguio e sereno sono diurno da coruja
Me pego num espaço, sem lembrança de fato.
Num simples e singelo som de um relato
Ouvindo no tempo a explicação do passado
Da hora vivida de esperança.
Ao cair às folhas surge o sol
Ao ranger dos troncos entoa uma canção
Ao uivar um animal, sons do passado surgem, de repente.
Ao acordar a coruja o dia se acaba, noturno.
O espaço que crio se vai, sem lembranças.
Do som em que relato um passado.
A explicação se torna cada vez, melancólica.
Vive esta hora com grande intensidade.
Apenas me perco num tempo
Passado, por instante anunciado.
Num relento calmo de ondas
Espessas em sentidos de sentimentos, ocultos.