Relato!

No cair das folhas no campo

No ranger de troncos graúdos

No uivo incessante de um animal

No esguio e sereno sono diurno da coruja

Me pego num espaço, sem lembrança de fato.

Num simples e singelo som de um relato

Ouvindo no tempo a explicação do passado

Da hora vivida de esperança.

Ao cair às folhas surge o sol

Ao ranger dos troncos entoa uma canção

Ao uivar um animal, sons do passado surgem, de repente.

Ao acordar a coruja o dia se acaba, noturno.

O espaço que crio se vai, sem lembranças.

Do som em que relato um passado.

A explicação se torna cada vez, melancólica.

Vive esta hora com grande intensidade.

Apenas me perco num tempo

Passado, por instante anunciado.

Num relento calmo de ondas

Espessas em sentidos de sentimentos, ocultos.

Francisco Amorim
Enviado por Francisco Amorim em 09/02/2008
Código do texto: T852672