A marginal do sistema da vida

Desesperança parte 2: Pra não dizer que não falei das flores Olham para gente e definem o nosso corpo,o nosso gosto e o nosso futuro,subtraem de nossa essência a magnitude de nossos desejos mais profundo,pensam que sabem o que sonhamos,se nem olham para os nossos olhos,se não podem ver o que esta além dos outdoor s, de nossas sombras. Rejeitam a nossa pele o nosso cabelo,nosso estilo,sujeitam-nos a miséria por sermos donos de um perfil marginal. O nosso gosto se torna fel,bastava senti-lo fechando os olhos ,assim poderiam sentir o poder e doçura de nossos sentidos. Não podemos mais pensar em rosas,quando os espinhos estão na aorta e no hipotálamo ,sabemos que as paredes de nossa cultura greco-romana ditam-nos ratos a jibóias,pois “mente sã,corpo são.” Os olhares são como as expectativas do inferno,as palavras sussurradas matam a nossas horas,nossos planos,nossa vida. Haja á vista a vil sobrevivência. No espetáculo,fomos feitos para sermos publico da peça narcísica dos normais. E o que é ser normal? Ter pele branca,corpo magro,cabelo liso,gostar do sexo oposto. Ser diferente é ser anormal? Mas para você que tem medo deste esteriótipo marginal lhe digo que fechar os olhos não apaga as luzes da alma e da razão,nem impede de que sonhemos com a igualdade e de que tenhamos pesadelos com os comerciais baratos deste mundo “democrático”, com uma visão cheia de imagens falsas do que é viver, e ser humano. Estas ideologias fincaram sua estaca nas células tronco de todo o nosso utópico projeto de existência. E o pior é assumir que mesmo correndo destas encenações,ainda faço parte da peça humana do mundo globalizado. Constituímos e somos constituídos é um elo,creio que quando nascemos já o vemos na porta da maternidade. Depende de nos e dependemos deles,pois a ideologia absurda a que somos submetidos e feitos,nos tornam iguais,mesmo diferentes. Neles encontramos o desespero,e são a partir deles que encontramos a inglória, e no açoite dos dias atuais,percebemos nos que por mais que maquiemos os nossos olhos,os nossos gestos,o nosso corpo,nas brechas do espelho da alma,ainda veremos que não podemos mascarar a nossa matéria histórica-cultural e “essencial.” O padrão esta em todas as instituições,marcam presença até no que não é real, a felicidade depende da aceitação,precisamos nos sentir aceitos. Mas encontramos as portas deste desejos os falsos profetas da libertação. Eu prefiro me resignar em ser terra, não jardim.