O sol e a escuridão

Os olhos dela procuravam o sol, mas não encontravam. A menina estava enclausurada, porque ela um dia escolheu estar assim. O frescor das sombras antes tão desejados agora lhe incomodavam, a pobre desejava desesperadamente o calor do sol. A escuridão daquele quarto era como grilhões acorrentando os seus pés, ela tentava fugir, mas ela mesma se aprisionou e jogou a chave. Se escondeu tanto que nem gritar sabia mais, havia esquecido o tênue som de sua voz.

Os dias passaram e nada poderia ser mais desesperador do que saber que o sol existia e era impossível senti-lo. Justo o sol? Que nada cobrava para dar vida a ela? Então um dia, surgiu Alguém que lhe quebrou os grilhões, soltou a voz de sua garganta e lhe mostrou de novo o quão bom é sentir o calor do sol. O quarto escuro era a depressão, o sol era o colorido da vida, e aquele Alguém era Deus.

A menina de quem falo acima sou eu.