Isabella Nardoni

É tão simples matar sentimentos

Tão difícil aceitar os fatos

É tão claro negar no momento

Tão difícil o amor intacto

Quando "o sempre" talvez não prossiga

Prossigamos com o que nos servir

Quando o adeus sempre acaba em partida

Minha vida começa a ruir

E é tão fácil matar desavenças

Enterrar o passado no quintal

É igual a cura de uma doença

Consequências e o medo brutal

Tão simples cortar uma tela

Olhar a janela e não ver a altura

Jogando um anjo sem asas

Na grama cortada de uma queda sem curva

É fácil dizer que não sabe

Que a culpa não é sua e o crime não é seu

Difícil é esconder os fatos

Perícia e relatos do que aconteceu

Mas nenhuma perícia trará

Quem caiu no abismo do olho do mal

Quem jogou sua vida ao ar

Vai ter que viver nesse mundo infernal

Morte a quem mata a vida

De causa perdida, minha vida ainda vai continuar

Uma morte cruel, desmedida

De loucos atônitos com o egoísmo real

Morte às mãos que a esganaram

Ao sangue jorrado

Ao terror que fizeram

Aos minutos de angústia

Meu coração entorpecido não chora

Mas lá no meu íntimo uma luta é travada

Onde quem sairá impune é uma vida

Que não receberá de volta mais 5 anos