2008 em diante
Pelo medo de falar, temo não deixar-te nada
Pela ausência do pensar, penso no inexistente
Pela candura do amor, sinto que não se presta
Pelas palavras incompletas, pensamentos são o que resta
Pela fome de ambição, muitos já foram mortos
Pela crosta da visão, pouco se vê ao longe
Pelo estado cataleptico, não consigo abrir mão do certo
Pela forma de poder imposta, minha necessidade morre
Quanto aos dias de império, desse rei surrealista
Causo fagulhas de entendimento e um pouco de agonia
Das migalhas que apanho e que mata minha sede
Das Helenas e Marias que em cada esquina vede
Desse tempo tão hostil levo embora minha saudade
Eu não tenho tanto tempo, o que resta é a vontade
De fazer-me de espelho para quem quiser olhar
Dando a minha cara a tapa e desta forma tapear